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2024 October 10 | Photography & History | Golden Langur - München

Updated: Oct 19

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Fomos conhecer um trabalho fabuloso que vai ganhando pulso aqui em Munique, entre várias referências e mensagens conseguimos finalmente ouvir e conversar com o Gonçalo Mortágua que nos acedeu a um fantástico concerto e uma pequena entrevista, que aqui segue >>



Sérgio Oliveira (SO) - Como surgiu o nome do Trio (Golden Langur) e o que pretende na sonoridade? Como chegaste aos dois outros elementos e como foi Berlin e o EP?


Gonçalo Mortágua (GM) - Golden Langur é o nome de uma espécie de macaco que ainda pode ser encontrado na região de Assam no Nordeste Indiano e no Butão. É um tipo de macaco de face escura e pêlo dourado. Neste momento está declarado como espécie ameaçada de extinção.

Após ver um vídeo em que um deles se move com o olhar tal qual um humano, ficou a impressão que não estamos nada longe deles. Se pudéssemos olhar por dentro da cabeça deles, talvez nos pudéssemos surpreender muito com o que pensam. São uma espécie de macacos que se isolam nos seus grupos, tendo pouco ou nenhum contacto com humanos. Digamos que são introvertidos, aspecto que pode ser considerado como uma qualidade.


Conheci o Minori e o Sam em diversos contextos, através de amigos, jams e encontros ocasionais.


Gravámos no estúdio Zentrifuge em Berlin, um lugar lendário por ter gravado tantos nomes de Jazz na Alemanha. Já lá gravei uma vez com Günter Baby Sommer e Guilherme e Ernesto Rodrigues. 
A experiência de gravar o EP foi sem dúvida enriquecedora, é um prazer enorme tocar música com estes seres humanos. É desafiante gravar música, pois sabemos que ficará para a posteridade daquela forma. É um risco que vale a pena por ser sempre uma novidade, por mais que se toque nunca se sabe como irá soar no final. Tem uma frescura que eu considero viciante.



SO - Usas alguns efeitos (vi muitos "pedais" :)), contudo o teu som ainda é muito ligado à matriz do Saxofone Tenor, que peso tem na tua composição e interpretação?


GM - 

É um mundo completamente novo e inesperado. Como qualquer nova ferramenta, precisa de tempo. Através da experimentação consigo chegar a sons que de forma acústica nunca seriam possíveis. Isto faz com que o impulso criativo permita outras possibilidades de criação. Na verdade sinto-me muitas vezes completamente perdido! Assim é de cada vez que saímos da nossa zona de conforto.



SO - Como é tocar em Portugal e Alemanha, quais as diferenças e como resultam aqui em Munique?




GM - Esta pergunta precisaria de dois anos para responder...

Fui de Portugal directo para Berlin, passei por Dresden e depois para Munique.

Tenho de dizer que cada lugar onde se toca tem uma atmosfera completamente diferente. 
Portugal é um lugar que me é muito caro, onde consigo perceber mais detalhadamente como funciona o pensamento do público. Na Alemanha continua a ser desafiante, apesar de já viver aqui há 9 anos (!!). O tempo passa depressa e com ele, a adaptação é tão profunda que já nem noto muita diferença. É um prazer poder por exemplo fazer a moderação do concerto em alemão, são tantos factores que fazem ter vontade de tocar que não dá para explicar numa entrevista.



Um tremendo obrigado ao Gonçalo e toda a sorte do mundo num trabalho a transbordar de qualidade, risco, emoção e sofisticação experimental!!!


Eis para memória futura um video >> https://youtube.com/shorts/o0JOTVYDyYg?feature=sharevideo e mais algumas fotos



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DE 🇩🇪🇦🇹🇨🇭🇳🇱🇱🇺


Wir haben eine fantastische Arbeit kennengelernt, die hier in München an Bedeutung gewinnt. Unter mehreren Referenzen und Nachrichten konnten wir endlich Gonçalo Mortágua hören und mit ihm sprechen, der uns Zugang zu einem großartigen Konzert und einem kleinen Interview gewährte, das wir hier vorstellen.


Sérgio Oliveira (SO) - Wie ist der Name des Trios (Golden Langur) entstanden und was wollt ihr mit dem Klang erreichen? Wie hast du die anderen beiden Mitglieder gefunden und wie war Berlin und die EP?


Gonçalo Mortágua (GM) - Golden Langur ist der Name einer Affenart, die noch in der Region Assam im Nordosten Indiens und in Bhutan vorkommt. Es ist eine Art Affe mit dunklem Gesicht und goldenem Fell, die derzeit als vom Aussterben bedroht gilt. Nachdem ich ein Video gesehen hatte, in dem sich einer dieser Affen mit einem Blick bewegte, der einem menschlichen ähnelte, hatte ich den Eindruck, dass wir ihnen gar nicht so fern sind. Wenn wir in ihre Köpfe schauen könnten, würden wir uns vielleicht sehr über ihre Gedanken wundern. Es handelt sich um eine Affenart, die sich in ihren Gruppen isoliert und wenig bis gar keinen Kontakt zu Menschen hat. Man könnte sagen, dass sie introvertiert sind, was als eine positive Eigenschaft angesehen werden kann.

Ich habe Minori und Sam in verschiedenen Kontexten kennengelernt, durch Freunde, Jams und gelegentliche Treffen.


Wir haben im Studio Zentrifuge in Berlin aufgenommen, einem legendären Ort, an dem so viele Jazzgrößen in Deutschland aufgenommen haben. Ich habe dort schon einmal mit Günter Baby Sommer und Guilherme und Ernesto Rodrigues aufgenommen. Die Erfahrung, die EP aufzunehmen, war ohne Zweifel bereichernd, es ist eine große Freude, mit diesen Menschen Musik zu machen. Es ist eine Herausforderung, Musik aufzunehmen, weil wir wissen, dass sie für die Nachwelt so bleiben wird. Es ist ein Risiko, das es wert ist, weil es immer etwas Neues ist; egal wie oft man spielt, man weiß nie, wie es am Ende klingen wird. Es hat eine Frische, die ich als süchtig machend empfinde.


SO - Du verwendest einige Effekte (ich habe viele "Pedale" gesehen :)), dennoch ist dein Klang sehr stark mit der Tenorsaxophon-Matrix verbunden. Welches Gewicht hat das in deiner Komposition und Interpretation?


GM - Es ist eine völlig neue und unerwartete Welt. Wie bei jedem neuen Werkzeug braucht es Zeit. Durch Experimentieren kann ich zu Klängen gelangen, die akustisch niemals möglich wären. Dadurch ergeben sich andere kreative Möglichkeiten. Tatsächlich fühle ich mich oft völlig verloren! So ist es jedes Mal, wenn man seine Komfortzone verlässt.


SO - Wie ist es, in Portugal und Deutschland zu spielen? Was sind die Unterschiede und wie ist es hier in München?


GM - Diese Frage würde zwei Jahre brauchen, um sie zu beantworten... Ich kam direkt von Portugal nach Berlin, machte einen Zwischenstopp in Dresden und dann nach München. Ich muss sagen, dass jeder Ort, an dem man spielt, eine völlig andere Atmosphäre hat. Portugal ist mir sehr lieb, dort verstehe ich besser, wie das Publikum denkt. In Deutschland bleibt es herausfordernd, obwohl ich schon seit 9 Jahren (!!) hier lebe. Die Zeit vergeht schnell und mit ihr ist die Anpassung so tief, dass ich kaum noch einen Unterschied bemerke. Es ist ein Vergnügen, beispielsweise das Konzert auf Deutsch moderieren zu können; es gibt so viele Faktoren, die Lust auf das Spielen machen, dass man sie in einem Interview nicht erklären kann.


Ein riesiges Dankeschön an Gonçalo und alles Gute für eine Arbeit, die vor Qualität, Risiko, Emotion und experimenteller Raffinesse nur so strotzt!



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EN 🇬🇧🇺🇸


We went to discover a fabulous work that is gaining momentum here in Munich. Among various references and messages, we were finally able to listen to and talk with Gonçalo Mortágua, who granted us access to a fantastic concert and a short interview, which follows here.


Sérgio Oliveira (SO) - How did the name of the Trio (Golden Langur) come about, and what are you aiming for in the sound? How did you find the other two members, and how was Berlin and the EP?


Gonçalo Mortágua (GM) - Golden Langur is the name of a species of monkey that can still be found in the Assam region of northeastern India and Bhutan. It’s a type of monkey with a dark face and golden fur, currently classified as endangered. After watching a video where one of them moved with a look just like a human, I got the impression that we are not far from them at all. If we could look inside their heads, we might be very surprised by what they think. They are a species of monkeys that isolate themselves in their groups, having little to no contact with humans. You could say they are introverted, a trait that can be seen as a quality.


I met Minori and Sam in various contexts, through friends, jams, and occasional meetings.


We recorded at the Zentrifuge studio in Berlin, a legendary place known for recording so many jazz names in Germany. I have already recorded there once with Günter Baby Sommer and Guilherme and Ernesto Rodrigues. The experience of recording the EP was undoubtedly enriching; it is an enormous pleasure to play music with these human beings. It is challenging to record music because we know it will be preserved for posterity in that form. It's a risk worth taking because it's always something new, no matter how much you play, you never know how it will sound in the end. It has a freshness that I find addictive.


SO - You use some effects (I saw many "pedals" :)), yet your sound is still very connected to the tenor saxophone matrix. How significant is this in your composition and interpretation?


GM - It is a completely new and unexpected world. Like any new tool, it takes time. Through experimentation, I can achieve sounds that would never be possible acoustically. This allows for different creative possibilities. In fact, I often feel completely lost! That’s how it is every time we step out of our comfort zone.


SO - What is it like to play in Portugal and Germany? What are the differences, and how does it work here in Munich?


GM - This question would take two years to answer... I went directly from Portugal to Berlin, passed through Dresden, and then to Munich. I have to say that every place you play has a completely different atmosphere. Portugal is very dear to me, where I can understand more in detail how the audience's thinking works. In Germany, it remains challenging, even though I've been living here for 9 years (!!). Time flies, and with it, the adaptation is so deep that I hardly notice any difference anymore. It’s a pleasure to be able to moderate the concert in German, for example; there are so many factors that make you want to play that it can't be explained in an interview.


A tremendous thank you to Gonçalo and all the best in a work overflowing with quality, risk, emotion, and experimental sophistication!


Here is a video for future reference >> https://youtube.com/shorts/o0JOTVYDyYg?feature=sharevideo

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