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Foi de passagem, e nunca nos passa… um luxo poder ver o Jorge Palma com o mesmo vigor, rigor e originalidade dos meus 18 anos, altura em que comprei o CD “Só” e que condensa muito do que ele é na sua essência, um contador de histórias portuguesas, histórias poéticas, românticas e apaixonadas pela benção da vida e das suas vicissitudes.

Se o concerto estava esgotado nada como aparecer duas horas antes e perguntar a todos os que passavam em frente da Culturgest se tinham um bilhete a mais… e claro que tinham, uma simpática senhora salvou-me a noite que já estava ganha com XS Micro Concerto em Arroios, uma sandes de torresmos em frente e o promissor concerto dos Távola Jazz Messengers mais tarde.

Quanto a Júlio Resende, conheço-o mal, mas para estar ali a partilhar aquele palco, aquelas canções e o universo do Jorge Palma só podia ser alguém muito especial… e fiquei deslumbrado com a sua capacidade de improvisação, de simplicidade e estética, muito muito bom, as introduções, as dinâmicas e as loucuras permitidas de invocar Pink Floyd e Amália com o seu Barco Negro (ou Mãe Negra).

E depois foi um embalo, ao início queria memorizar tudo para aqui trazer ao detalhe as músicas, dissecá-las e quem sabe reordenar a minha vida uma vez mais ao som delas, mas isso é impossível… ficam as mesmas emoções que começaram com "O meu Amor" e seguiu quem sabe depois com a “Estrela do Mar”, o “Bairro do Amor”, a “Canção de Lisboa”,“Encosta-te a mim” e mutias outras até ao Bob Dylan num momento dedicado à Paz e a Gaza.

Ficam algumas frágeis impressões até ser advertido que não poderia fazer fotos… um dia compro mesmo um telemóvel daqueles com zoom infinito e aí sim passarei despercebido ;)

Obrigado pela tua carreira Jorge Palma, fazes-me falta, enquanto houver e não houver estrada para andar! Ah e faltou-me também o Jeremias...